INTRODUÇÃO
No presente trabalho pretende-se realizar uma abordagem sobre a formação geológica do estado de Pernambuco, bem como dos recursos minerais encontrados em seu território. Tal estudo é importante devido ao fato de identificar como o pernambucano se dá com esses recursos e como se dá a relação entre o homem e o relevo, principalmente no que diz respeito a mudança da paisagem natural pelo homem.
1 – GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS
A Geologia é a ciência que estuda o planeta terra no que diz respeito a sua estrutura, evolução, composição, processos internos e externos. Ao estudar a estrutura interna do planeta, a Geologia analisa as diversas características das geoesferas: litosfera, manto, núcleo. Dessas camadas, recebe atenção especial, por parte da Geologia, a litosfera, pois é na parte superficial desta que estão instaladas as sociedades humanas e é nela onde aparecem os principais recursos minerais utilizados pelo homem.
1.1 – Principais aspectos da geologia em Pernambuco
A maior parte do estado de Pernambuco é ocupada por rochas cristalinas e metamórficas do embasamento Pré-Cambriano. Fazem parte desses terrenos, dentre outros os seguintes tipos de rochas: gnaisses, migmatitos, granitos, quartzitos, sienitos, calcários cristalinos e filitos. São rochas muito antigas, tendo algumas delas mais de 1 bilhão de anos. Apresentam-se, em vários trechos do estado, bastante falhadas e dobradas, revelando, assim, um passado geológico bastante conturbado, do ponto de vista tectônico.
Na porção leste do estado, existem grandes áreas de rochas graníticas, como por exemplo no município de Jaboatão, Moreno, Rio Formoso e Barreiros, e extensos trechos ocupados por migmatitos e gnaisses.
De Parnamirim até Salgueiro há uma ampla área de rochas metamórficas, representada por xistos, biotita-xistos, e quartzitos. Além dessas rochas, estão ainda presentes nesse trecho, calcários cristalinos, dispostos em camadas.
Na porção Norte - Oriental de Pernambuco, nos municípios de Vertente, Riacho das Almas, Surubim, Macaparana e Aliança surgem gnaisses, xistos e calcários cristalinos.
Em Garanhuns aparece uma ampla área onde despontam quartzitos. Essa manifestação de rochas desse tipo compõe o que os geólogos denominam “Unidade Quartzítica da Região de Garanhuns”. Os afloramentos dessas rochas metamórficas podem ser identificados nos municípios de Triunfo, Serra Talhada e Salgueiro. Esses corpos rochosos definem um tipo de relevo conhecido como “maciço residual”, que será abordado mais adiante.
Os terrenos sedimentares verificados em Pernambuco dispõem-se nas bacias sedimentares interiores e nas bacias costeiras. As bacias interiores englobam as seguintes bacias: do Jatobá, do Araripe e de Mirandiba. As bacias costeiras estão representadas pelas bacias de Pernambuco- Paraíba e Sergipe-Alagoas.
Os terrenos sedimentares verificados no Estado de Pernambuco têm idades que vão do Paleozóico ao Cenozóico. As rochas sedimentares mais antigas são encontradas na bacia do Jatobá. Elas tem a idade siluro-denoviana (Era Paleozóica), o que significa dizer que se formaram a mais de 400 milhões de anos.
A bacia do Jatobá é uma das bacias sedimentares interiores situada na porção Centro-Sul de Pernambuco, abrangendo uma área de aproximadamente 6200 km ². Engloba os municípios de Inajá, Buíque, Ibimirim etc. é composta por rochas sedimentares do tipo arenito, siltitos, argilitos e folhelhos. Além de terrenos paleozóicos, encontram-se nessa bacia terrenos mesozóicos.
A bacia do Araripe ocupa área dos estados de Pernambuco, Ceará e Piauí. Nela estão presentes, de forma predominante, rochas sedimentares de idades jurássica e cretácica. As rochas sedimentares diversificadas na bacia do Araripe são: arenitos, folhelhos, siltitos, margas e gipsita.
A bacia de Mirandiba situa-se no município homônimo. Possui rochas sedimentares que tem a idade siluro-denoviana, jurássica e cretácica. Ocorrem nessa unidade geológica as seguintes rochas sedimentares: arenito, siltitos e folhelhos.
As bacias costeiras possuem rochas e sedimentos do Mesozóico e Cenozóico, bem como rochas vulcânicas do Cretáceo. Arenitos, calcários, margas e sedimentos argilosos e arenosos, além de riolitos, traquitos e basaltos são encontrados nas bacias referidas.
Nas bacias costeiras de Pernambuco, duas faixas de terrenos merecem destaque: os terrenos vulcânicos e os terrenos sedimentares do Grupo Barreiras.
Ao sul do recife, nos Municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, é possível encontrar inúmeras evidências de atividades vulcânicas ocorridas, durante o Cretáceo. São vistos diques e marcas de derrames de rochas vulcânicas de tipo riolito, basalto etc. no município de Ipojuca se observam retos de uma antiga chaminé vulcânica, com quase 30 metros de altura. A própria ilha de santo Aleixo, em Sirinhaém, é de natureza vulcânica.
Ao norte do Recife, verificam-se sedimentos argilosos e arenosos que foram depositados no final do Terciário (Plioceno) e do inicio do Quaternário (Pleistoceno). Esses sedimentos compõem o que se chama de Grupo Barreiras. Tais sedimentos possuem características que sugerem a predominância de climas secos, quando houve a deposição. O relevo que se desenvolveu sobre os terrenos sedimentares do Grupo Barreiras é representado pelos tabuleiros costeiros.
Os terrenos sedimentares mais recentes, encontrados em Pernambuco, correspondem aos sedimentos incoerentes dispostos na área costeira, que são as areias de praia. Além destes, são identificadas as aluviões ao longo dos vales de alguns rios. Todos esses sedimentos são da idade quaternária. As mais significativas áreas de aluviões quaternárias são observadas nos vales dos rios São Francisco, Pajeú, Riacho do Navio e Moxotó.
1.2 – Recursos Minerais de Pernambuco
O Estado de Pernambuco possui uma grande variedade de bens minerais dispostos tanto nos terrenos pré-cambrianos quanto nos depósitos sedimentares.
As atividades extrativas minerais mais intensas se verificam na bacia do Araripe e nas bacias costeiras do estado. Essas atividades, contudo, pouco expressivas quando comparada com as que ocorrem em outros estados do país.
Os principais recursos minerais explorados em Pernambuco são: argila, caulim, calcário, ferro, gipsita, areias quartzosas e ouro.
Os depósitos mais explorados de argila são encontrados na faixa costeira do estado, principalmente ao longo dos vales dos rios Ipojuca, Capibaribe, Pirapama e Sirinhaém, e também na bacia sedimentar do Jatobá, particularmente nos municípios de Buíque e Tupanatinga.
Os maiores depósitos de caulim situam-se no Município do Cabo de Santo Agostinho. Tais depósitos estão inseridos nos sedimentos do Grupo Barreiras. Ocorrências desse recurso mineral podem ser encontradas nos municípios de Caruaru e Panelas, no Agreste do Estado.
Existem dois tipos de calcários extraídos em Pernambuco: sedimentares e metamórficos. Os depósitos calcários sedimentares localizam-se na faixa costeira, particularmente nos municípios de Goiana e Paulista. Os calcários metamórficos estão inseridos nos terrenos pré-cambrianos. As principais ocorrências dessa modalidade de calcário estão nos municípios de Iguaracy, Sertânia, Mirandiba, Floresta, Flores, Gravatá e Itambé.
Os calcários sedimentares são empregados como matéria-prima na industria de cimento. Já os calcários metamórficos são usados com finalidades ornamentais, para a produção de cal e como corretivo de solos, diminuindo a acidez destes.
Os depósitos de feldspatos são verificados nos municípios de Caruaru e Altinho.
O ferro também está presente no território pernambucano. A principal jazida desse minério localiza-se em São Jose de Belmonte. Existem, ainda, outras ocorrências de erro nos municípios de Mirandiba, Altinho, Sertânia e Custódia, mas sem importância econômica.
A gipsita localiza-se na bacia do Araripe. As maiores reservas desse mineral no país localizam-se exatamente nessa bacia. Em Ouricuri, Araripina, Ipubi, Bodocó e Exu estão os mais significativos depósitos de gipsita em Pernambuco. A gipsita é utilizada comercialmente para a produção de gesso.
As areias quartzosas empregadas na fabricação de vidro são extraídas dos depósitos sedimentares do Grupo Barreiras, nos municípios do Recife, Jaboatão dos Guararapes e Goiana.
O ouro é encontrado nos municípios de São José do Egito e Itapetim, em lentes e filões encaixados em xistos e gnaisses pré-cambrianos.
2 – Conclusão
Conclui-se que é primordial se ter o conhecimento da formação geológica de estado de Pernambuco e também de seus recursos minerais por conta da relação antrópica com o relevo e os minerais existentes no Estado. Sabe-se que minerais como, o Gesso, por exemplo, que é bem explorado na região do Araripe, assim como o granito, para construção civil e pavimentação, são indispensáveis para a geração de “riqueza” e bem estar. Logo, torna-se necessário o uso sustentável desses recursos, sabendo-se que a exploração deles deve ser realizada de maneira que o Meio Ambiente não seja ou quase não seja atingido. Além do que, os recursos minerais são finitos, o que torna a questão ainda mais delicada.
3 – Bibliográfia
ANDRADE, Manuel Correia de Oliveira. Atlas Geográfico de Pernambuco: Espaço Geo-Histórico e Cultural. 2ª Ed. João Pessoa: Grafset, 2003.
Muito bom!
ResponderExcluirÓtimo, muito instrutivo...
ResponderExcluirBem informativo. Muito bom!
ResponderExcluirCópia do Atlas Escolar
ResponderExcluirCópia do Atlas Escolar
ResponderExcluirEu quero saber e do Piauí não de Pernambuco
ResponderExcluirFoi resumo do atlas Escolar de Pernambuco Edição 2°, to querendo esse livro pode mim indicar como conseguir o mesmo.
ResponderExcluirGostei muito
ResponderExcluirmuito interessante.
ResponderExcluirExiste pedra kiberitico em na praia de calheta
ResponderExcluirBoa tarde gostaria de se existe pedra kiberitico na praia de calheta ou em outras áreas do estado de Pernambuco
ResponderExcluirÉ verdade que onde existe muito minério de ferro é possível ter ouro
ResponderExcluirSim,pq o ouro se aglomeram em metais pesados como ferro cobre zinco e rochas é cristais de quatzos esse é mais em pequena quantidades como em forma de (talco)ouro em pó ou em grânulos.
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