terça-feira, 5 de outubro de 2010

Estados Unidos creem em melhor diálogo pós-Lula

AE - Agência Estado
Embora considere um eventual governo de José Serra (PSDB) mais propenso a um diálogo fluído entre Brasil e Estados Unidos, o Departamento de Estado norte-americano acredita que será possível trabalhar tanto com o tucano quanto com a petista Dilma Rousseff em melhores condições que as registradas nos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo um alto funcionário do governo norte-americano, o Brasil não pode mais ser comparado a outros países da América Latina, nos quais cabe exclusivamente ao "mandatário" definir o tom e o conteúdo das relações com Washington.
"A relação Brasil-EUA é suficientemente madura, intensa e abrangente para ser redefinida pelo novo presidente, seja quem for o vencedor do segundo turno", afirmou. "De fato, Lula estragou um pouco a relação. Mas também fez coisas boas com os EUA, como no caso do Haiti, que é uma questão pendente e com muitos problemas para serem ainda resolvidos com base na cooperação dos dois países."
Na avaliação corrente em Washington, o primeiro turno deu apenas uma pequena chance para José Serra aproveitar em um período de tempo muito curto. Segundo Peter Hakim, brasilianista e presidente honorário do Inter-American Dialogue, um dos principais think-tanks dos EUA, Serra precisará desenvolver um novo discurso e uma lista de propostas originais e convincentes para vencer a candidata do presidente Lula.
"Serra tem chance minúscula. Ele tem de colher virtualmente todos os votos dados a Marina Silva (candidata do PV). Não será fácil para fazer isso, especialmente se ele não mostrar uma razão pela qual as pessoas devam votar nele em vez de votar em Dilma Rousseff", afirmou. "Mesmo que eu concorde que Serra é o melhor e mais bem preparado candidato, ele não tem um programa", completou Hakim.
As apostas de analistas e do governo norte-americano ainda são fortes na vitória de Dilma Rousseff. O Departamento de Estado estuda há meses essa possibilidade, mantendo sempre a convicção de que nenhuma mudança sensível ocorreria na política externa em caso de vitória do PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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